Profissões
'esquisitas' ganham espaço no mercado
Ter, 05 Out, 09h02
Por Jose Carlos Saecheta, especial para o Yahoo!
Brasil
Costuma-se dizer que o brasileiro é criativo por
natureza. No mercado profissional, então, com a concorrência desenfreada
constatada nas últimas décadas, a criatividade pode ser considerada sinônimo de
sucesso. E a falta dela, de fracasso. No Ministério do Trabalho estão
registradas mais de duas mil profissões diferentes, algumas bem incomuns e
inusitadas. E outras nem existem nas estatísticas oficiais, como "personal
friend", marido de aluguel ou o especialista em lixo. É isso mesmo.
Acredite, estas funções são reais e há gente que ganha dinheiro com elas.
Os serviços personalizados surgem de acordo com as
necessidades de consumidores e clientes, e é aí que entra a criatividade
brasileira. Muita gente prefere pagar para não ter nenhum tipo de preocupação,
ou mesmo para receber um tratamento individual e exclusivo. O tal marido de
aluguel é um profissional que faz de tudo, menos sexo. São vários serviços,
aquilo que qualquer marido (o de verdade) poderia realizar em casa, mas não
faz, por falta de habilidade ou ferramentas. Um profissional desses cobra, em
média, R$60 a hora para ser motorista, garantir reparos elétricos e outros afazeres
domésticos.
Já o personal friend é aquele que tem como objetivo
curar a carência, e aqui também não entra sexo no pacote. O leque de trabalhos
se estende a idas a shoppings, teatros, cinemas, viagens, casamentos,
aniversários, lançamento de livros, escolha de apartamento, compra de automóvel
e caminhadas, entre outros passeios.
Essas profissões representam o lado glamuroso do
mercado de trabalho "diferente", digamos. Agora, você toparia escalar
prédios e torres para fazer manutenção e limpeza? Sem trocadilho, este é um
mercado em alta, tendo em vista que, cada vez mais, os prédios estão sendo
revestidos com vidros (por questões ambientais). Em um futuro próximo, estes
vidros serão inteligentes e terão células de captação de energia solar e,
assim, precisarão estar cada vez mais limpos.
Outras profissões estranhas também rendem um bom
adicional de insalubridade, se pago pelas empresas, lógico. Uma delas é o
"cheirador". No bom sentido, claro. Na Volkswagen há uma equipe
empenhada em diminuir ao máximo os odores dos veículos. Ela usa o olfato para
analisar se o consumidor terá razão ao reclamar do estofamento ou de outras
partes do automóvel, caso ele fique exposto ao sol por algum tempo. Itens como
tapetes, revestimentos de teto e espumas de banco são cheirados um a um e
classificados em uma escala de seis níveis, de "inodoro" a
"insuportável". As peças são colocadas em vidros e submetidas a
temperaturas de até 80º. Se o produto não passar na avaliação, a empresa entra
em contato com o fornecedor e solicita modificações. Caso aprovado, segue para
a linha de produção.
No caso de especialista em lixo, esse profissional
vai aos lixões coletar material para analisar os padrões de consumo da
sociedade, cavando poços entre os dejetos e pesquisando toneladas de resíduos.
Tudo isso para descobrir que fraldas formam 2% do lixo humano de grandes
cidades, enquanto o papel equivale a 45%.
Para quem não quer pegar no pesado, uma profissão
recente está ganhando muito espaço. Que tal trabalhar com pôquer? O Brasil vive
um momento de popularização deste jogo. Das programações da TV às novas lojas e
fóruns voltados ao assunto, o que mais chama a atenção é o investimento das
empresas donas das maiores salas do mundo no país. São eventos, ações de
marketing e promoções exclusivas para jogadores nacionais. O trabalho está
sendo bastante lucrativo para quem sabe jogar. E isso não é uma aposta. É
negócio.
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