terça-feira, 26 de outubro de 2010
Publico
a carta aberta de Carlos Moura (aposentado, fotógrafo, redator de
jornal de interior, sócio de uma pequena editora de livros clássicos e
coordenador da Ação da Cidadania em Além Paraíba-MG) para o jornalista
de “O Globo” Ricardo Noblat.
===
Noblat
Quem
é você para decidir pelo Brasil (e pela História) quem é grande ou
quem deixa de ser? Quem lhe deu a procuração? O Globo? A Veja? O
Estadão? A Folha?
Apresento-me:
sou um brasileiro. Não sou do PT, nunca fui. Isso ajuda, porque do
contrário você me desclassificaria, jogando-me na lata de lixo como
uma bolinha de papel. Sou de sua geração. Nossa diferença é que minha
educação formal foi pífia, a sua acadêmica. Não pude sequer estudar num
dos melhores colégios secundários que o Brasil tinha na época (o
Colégio de Cataguases, MG, onde eu morava) porque era só para ricos.
Nas cidades pequenas, no início dos sessenta, sequer existiam colégios
públicos. Frequentar uma universidade, como a Católica de Pernambuco em
que você se formou, nem utopia era, era um delírio.
Informo
só para deixar claro que entre nós existe uma pedra no meio do
caminho. Minha origem é tipicamente “brasileira”, da gente cabralina
que nasceu falando empedrado. A sua não. Isto não nos torna piores ou
melhores do que ninguém, só nos faz diferentes. A mesma diferença que
tem Luis Inácio em relação ao patriciado de anel, abotoadura &
mestrado. Patronato que tomou conta da loja desde a época imperial.
O
que você e uma vasta geração de serviçais jornalísticos passaram oito
anos sem sequer tentar entender é que Lula não pertence à ortodoxia
política. Foi o mesmo erro que a esquerda cometeu quando ele apareceu
como líder sindical. Vamos dizer que esta equipe furiosa, sustentada
por quatro famílias que formam o oligopólio da informação no eixo
Rio-S.Paulo – uma delas, a do Globo, controlando também a maior rede
de TV do país – não esteja movida pelo rancor. Coisa natural quando um
feudo começa a dividir com o resto da nação as malas repletas de
cédulas alopradas que a União lhe entrega em forma de publicidade. Daí a
ira natural, pois aqui em Minas se diz que homem só briga por duas
coisas: barra de saia ou barra de ouro.
O
que me espanta é que, movidos pela repulsa, tenham deixado de perceber
que o brasileiro não é dançarino de valsa, é passista de samba. O
patuá que vocês querem enfiar em Lula é o do negrinho do pastoreio,
obrigado a abaixar a cabeça quando ameaçado pelo relho. O sotaque que
vocês gostam é o nhém-nhém-nhém grã-fino de FHC, o da simulação, da
dissimulação, da bata paramentada por láureas universitárias. Não
importa se o conteúdo é grosseiro, inoportuno ou hipócrita (“esqueçam o
que eu escrevi”, “ tenho um pé na senzala” “o resultado foi um
trabalho de Deus”). O que vale é a forma, o estilo envernizado.
As
pessoas com quem converso não falam assim – falam como Lula. Elas
também xingam quando são injustiçadas. Elas gritam quando não são
ouvidas, esperneiam quando querem lhe tapar a boca. A uma imprensa
desacostumada ao direito de resposta e viciada em montar manchetes
falsas e armações ilimitadas (seu jornal chegou ao ponto de, há
poucos dias, “manchetar” a “queda” de Dilma nas pesquisas, quando ela
saiu do primeiro turno com 47% e já entrou no segundo com 53 ) ficou
impossível falar com candura. Ao operário no poder vocês exigem a
“liturgia” do cargo. Ao togado basta o cinismo.
Se
houve erro nas falas de Lula isto não o faz menor, como você disse,
imitando o Aécio. Gritos apaixonados durante uma disputa sórdida não
diminuem a importância histórica de um governo que fez a maior
revolução social de nossa História. E ainda querem que, no final de
mandato, o presidente aguente calado a campanha eleitoral mais baixa,
desqualificada e mesquinha desde que Collor levou a ex-mulher de Lula à
TV.
Sordidez
que foi iniciada por um vendaval apócrifo de ultrajes contra Dilma na
internet, seguida das subterrâneas ações de Índio da Costa junto a
igrejas e da covarde declaração de Monica Serra sobre a “matança de
criancinhas”, enfiando o manto de Herodes em Dilma. Esse cambapé de uma
candidata a primeira dama – que teve o desplante de viajar ao seu país
paramentada de beata de procissão, carregando uma réplica da padroeira
só para explorar o drama dos mineiros chilenos no horário eleitoral –
passou em branco nos editoriais. Ela é “acadêmica”.
A esta senhora e ao seu marido você deveria também exigir “caráter, nobreza de ânimo, sentimento, generosidade”.
Você
não vai “decidir” que Lula ficou menor, não. A História não está sendo
mais escrita só por essa súcia de jornais e televisões à qual você
pertence. Há centenas de pessoas que, de graça, sem soldos de
marinhos, mesquitas, frias ou civitas, estão mostrando ao país o outro
lado, a face oculta da lua. Se não houvesse a democracia da internet
vocês continuariam ladrando sozinhos nas terras brasileiras, segurando
nas rédeas o medo e o silêncio dos carneiros.
Carlos Torres Moura
Além Paraíba-MG
Sr. Paulo, por favor me responda sucintamente. Independente da Dilma ser do PT, porque o Sr. é a favor de sua candidatura? Sua opinião é importante.
ResponderExcluirMeu caro, vou falar apena de algumas coisas boas que só um verdadeiro apaixonado pelo nosso país como eu sente, quando vê o país evoluindo, as pessoas melhorando de vida, tendo oportunidades, construindo um futuro diferente.
ResponderExcluirMilhares de jovens como esse chegaram a universidade por conta desse governo, seja pelo PROUNI, seja pela interiorização das universidades federais, seja pelos programas de educação à distância, seja pela criação de 14 novas universidades e o dobro de vagas oferecidas, sem falar nas mais de 200 novas escolas técnicas que também resultam em formação profissional. Considerando que no final do governo passado o debate era sobre cobrar mensalidades dos estudantes das universidades públicas.
O Luz para Todos é a inclusão de quase 10% de nossa população que vivia em tempos medievais, excluídas do acesso à energia elétrica e todas as suas benfeitorias, como acesso à informação, possibilidade de exercício de atividades noturnas, beneficiamento de produção agrícola, redução de perdas de alimentos, entre várias outras.
Criação de quase 15 milhões de empregos gerados pelo governo Lula? Imagine a gratidão de tanta gente, quanta energia positiva de quem tem muito a oferecer por esse país, mas até pouco tempo não existia oportunidades. O Brasil voltou a ser um país de oportunidades e justo com quem quer fazer por onde e se entregar ao trabalho, de coração pelo desenvolvimento desse país.
O governo pretende fazer esforço relativamente semelhante com a Banda Larga, tentando chegar a todos os mais de 5 mil municípios brasileiros até 2014 e melhorar ainda mais o acesso ao conhecimento e às amplas oportunidades de geração de renda que a internet propicia mesmo em locais inóspitos.
Essas são apenas algumas das razões de minha convicção pelo voto na DILMA 13
Meu caro, vou falar apena de algumas coisas boas que só um verdadeiro apaixonado pelo nosso país como eu sente, quando vê o país evoluindo, as pessoas melhorando de vida, tendo oportunidades, construindo um futuro diferente.
ResponderExcluirMilhares de jovens como esse chegaram a universidade por conta desse governo, seja pelo PROUNI, seja pela interiorização das universidades federais, seja pelos programas de educação à distância, seja pela criação de 14 novas universidades e o dobro de vagas oferecidas, sem falar nas mais de 200 novas escolas técnicas que também resultam em formação profissional. Considerando que no final do governo passado o debate era sobre cobrar mensalidades dos estudantes das universidades públicas.
O Luz para Todos é a inclusão de quase 10% de nossa população que vivia em tempos medievais, excluídas do acesso à energia elétrica e todas as suas benfeitorias, como acesso à informação, possibilidade de exercício de atividades noturnas, beneficiamento de produção agrícola, redução de perdas de alimentos, entre várias outras.
Criação de quase 15 milhões de empregos gerados pelo governo Lula? Imagine a gratidão de tanta gente, quanta energia positiva de quem tem muito a oferecer por esse país, mas até pouco tempo não existia oportunidades. O Brasil voltou a ser um país de oportunidades e justo com quem quer fazer por onde e se entregar ao trabalho, de coração pelo desenvolvimento desse país.
O governo pretende fazer esforço relativamente semelhante com a Banda Larga, tentando chegar a todos os mais de 5 mil municípios brasileiros até 2014 e melhorar ainda mais o acesso ao conhecimento e às amplas oportunidades de geração de renda que a internet propicia mesmo em locais inóspitos.
Essas são apenas algumas das razões de minha convicção pelo voto na DILMA 13