Vivendo
a expectativa do segundo turno da eleição para a presidência do Brasil, procuro
continuar me mantendo minimamente informada do que anda acontecendo e sendo
dito em torno do assunto. Ainda sob
efeito da indignação do que vi, li, e ouvi no período do primeiro turno, fico a
me interrogar sobre que nação nós somos?
Quem
viveu ou se informou do que aconteceu no Brasil nos últimos 40/50 anos, sabe
muito bem que sendo um país rico, ainda não alcançamos o degrau de primeiro mundo,
por alguns fatores sobre os quais devemos manter o nosso olhar. Um desses
fatores é sem dúvida alguma, como diria o Brizola, a postura de lesa-pátria de alguns
“brasileiros” que passaram pelo poder.
Alguns
nomes do campo tucano andam, nesses últimos dias, falando do “legado” do
governo FHC e dizendo que eles se orgulham das privatizações promovidas naquele
período. E dizendo mais: “o brasileiro que disser que as privatizações não
foram boas para o país, que jogue fora o seu aparelho de celular”.
Colocar
em um braço da balança um celular e no outro riquezas como, além do patrimônio
das telecomunicações, patrimônios com o da VALE e dizer que estamos no empate,
é no mínimo imoral. Mais imoral ainda é fazer esse discurso apostando na
desinformação da maioria da população simples do nosso país.
São
esses os que querem voltar à presidência do Brasil. Certamente, com o seu
discurso de redução do Estado e dos gastos públicos, eles já têm nas mãos uma
lista de empresários famintos e fatias do que restou do patrimônio brasileiro,
a exemplo da Petrobrás, para iniciar novas negociatas se conseguirem enganar o
povo mais uma vez.
Lesa
pátria e corrupção. Nos oito anos de governo tucano - do qual José Serra foi destaque,
sendo inclusive escolhido para suceder FHC – o que não faltou foi corrupção. Um
deles no próprio Ministério da Saúde, comandado por Serra, foi o
superfaturamento de ambulâncias investigado pela “Operação Sanguessuga”.
Se
considerarmos o volume de dinheiro público desviado para destinos nebulosos e
paraísos fiscais nas privatizações e o auxílio luxuoso aos banqueiros falidos,
o governo tucano talvez tenha sido o mais corrupto da história do país. Mas ao
contrário do que aconteceu no governo Lula, a corrupção no governo FHC não foi
investigada por nenhuma CPI, porque elas eram sepultadas pela maioria
parlamentar da coligação PSDB-PFL. Na época, o procurador da república ficou
conhecido como “engavetador da república”, tal a quantidade de investigações
criminais que morreram em suas mãos.
O
esquema de financiamento eleitoral batizado de “mensalão” foi criado pelo
presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, hoje réu em processo
criminal. O governador José Roberto Arruda, do DEM, era o principal candidato
ao posto de vice-presidente na chapa de Serra, até ser preso por corrupção no
“mensalão do DEM”. Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão petista, de
primeira foi para o apoio a José Serra. Todos estes fatos, incontestáveis, estão
registrados na história do nosso país.
Com
um olhar atento, vemos que o governo Lula teve e tem problemas – mas tem,
essencialmente, governado para diminuir as desigualdades do nosso país. Com um
olhar atento, vemos que os fariseus de plantão tentam impedir, como sempre, que
o povo brasileiro tenha acesso à verdade: de que o governo tucano –
representação das elites – teve problemas absurdamente maiores que o governo
Lula.
Mas
voltando ao celular e à chamada popularização do telefone (quem sabe fazer
contas sabe a que preço isso está se dando), talvez os que advogam essa questão
como motivo para nos “orgulharmos” das privatizações, tenham como argumento que
hoje eles melhoraram o cotação do Brasil: agora é a preço de celular e não mais
a preço de banana que eles colocam a pátria à venda.
Claudina
Dias.
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