Paulo Roberto é Pedagogo, Sindicalista e Petista.

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Dever cumprido é fruto da ousadia de um velho militante das lutas democráticas e sociais do nosso Brasil, que entende que sem uma interação rápida, ágil, eficiente e livre com o que rola pelo mundo, a democracia é pífia.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O BRASIL A PREÇO DE UM CELULAR

Vivendo a expectativa do segundo turno da eleição para a presidência do Brasil, procuro continuar me mantendo minimamente informada do que anda acontecendo e sendo dito em torno do assunto.  Ainda sob efeito da indignação do que vi, li, e ouvi no período do primeiro turno, fico a me interrogar sobre que nação nós somos?
Quem viveu ou se informou do que aconteceu no Brasil nos últimos 40/50 anos, sabe muito bem que sendo um país rico, ainda não alcançamos o degrau de primeiro mundo, por alguns fatores sobre os quais devemos manter o nosso olhar. Um desses fatores é sem dúvida alguma, como diria o Brizola, a postura de lesa-pátria de alguns “brasileiros” que passaram pelo poder.
Alguns nomes do campo tucano andam, nesses últimos dias, falando do “legado” do governo FHC e dizendo que eles se orgulham das privatizações promovidas naquele período. E dizendo mais: “o brasileiro que disser que as privatizações não foram boas para o país, que jogue fora o seu aparelho de celular”.
Colocar em um braço da balança um celular e no outro riquezas como, além do patrimônio das telecomunicações, patrimônios com o da VALE e dizer que estamos no empate, é no mínimo imoral. Mais imoral ainda é fazer esse discurso apostando na desinformação da maioria da população simples do nosso país.
São esses os que querem voltar à presidência do Brasil. Certamente, com o seu discurso de redução do Estado e dos gastos públicos, eles já têm nas mãos uma lista de empresários famintos e fatias do que restou do patrimônio brasileiro, a exemplo da Petrobrás, para iniciar novas negociatas se conseguirem enganar o povo mais uma vez.
Lesa pátria e corrupção. Nos oito anos de governo tucano - do qual José Serra foi destaque, sendo inclusive escolhido para suceder FHC – o que não faltou foi corrupção. Um deles no próprio Ministério da Saúde, comandado por Serra, foi o superfaturamento de ambulâncias investigado pela “Operação Sanguessuga”.
Se considerarmos o volume de dinheiro público desviado para destinos nebulosos e paraísos fiscais nas privatizações e o auxílio luxuoso aos banqueiros falidos, o governo tucano talvez tenha sido o mais corrupto da história do país. Mas ao contrário do que aconteceu no governo Lula, a corrupção no governo FHC não foi investigada por nenhuma CPI, porque elas eram sepultadas pela maioria parlamentar da coligação PSDB-PFL. Na época, o procurador da república ficou conhecido como “engavetador da república”, tal a quantidade de investigações criminais que morreram em suas mãos.
O esquema de financiamento eleitoral batizado de “mensalão” foi criado pelo presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, hoje réu em processo criminal. O governador José Roberto Arruda, do DEM, era o principal candidato ao posto de vice-presidente na chapa de Serra, até ser preso por corrupção no “mensalão do DEM”. Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão petista, de primeira foi para o apoio a José Serra. Todos estes fatos, incontestáveis, estão registrados na história do nosso país.
Com um olhar atento, vemos que o governo Lula teve e tem problemas – mas tem, essencialmente, governado para diminuir as desigualdades do nosso país. Com um olhar atento, vemos que os fariseus de plantão tentam impedir, como sempre, que o povo brasileiro tenha acesso à verdade: de que o governo tucano – representação das elites – teve problemas absurdamente maiores que o governo Lula.
Mas voltando ao celular e à chamada popularização do telefone (quem sabe fazer contas sabe a que preço isso está se dando), talvez os que advogam essa questão como motivo para nos “orgulharmos” das privatizações, tenham como argumento que hoje eles melhoraram o cotação do Brasil: agora é a preço de celular e não mais a preço de banana que eles colocam a pátria à venda. 
                                                                                       
Claudina Dias.

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