Paulo Roberto é Pedagogo, Sindicalista e Petista.

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Dever cumprido é fruto da ousadia de um velho militante das lutas democráticas e sociais do nosso Brasil, que entende que sem uma interação rápida, ágil, eficiente e livre com o que rola pelo mundo, a democracia é pífia.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O PODER DAS CÂMARAS DE SEGURANÇA

NOTA DO BLOGUEIRO:
Recebi esse E-maill e chamo a todos para essa reflexão, o que numa visão superficial nos parece bom será que é bom mesmo? Você quer ser vigiado assim? Gente isso é um perigo, o poder contituidos vigia, julga e elimina o que não lhe é conveniente. Seremos todos uns bonecos nas mãos deles.

Abram o arquivo, aproximem as fotos e comente aqui no BLOG.
Paulo Roberto
Tecnologia muito moderna
             Veja só esta foto... é só ir aproximando, aproximando... descubra como a polícia consegue identificar, perfeitamente, uma pessoa, na multidão, entre milhares delas...
          Nada mais é secreto... Reconhecimento de um rosto na multidão. . Coloque o cursor em qualquer parte da multidão e clique duas vezes. Mantenha o duplo clique e veja o que acontece.
              Essa é uma grande ferramenta para garantir a aplicação da lei.
          Esta é uma foto tirada no dia 24, sexta feira, antes de um tumulto ocorrido no Canadá. Você pode ver, perfeitamente, os rostos de todos os indivíduos, separadamente, um por um, e há milhares deles.
           Apenas pense nos recursos tecnológicos que a polícia e os militares têm a sua disposição.
http://www.gigapixel.com/image/gigapan-canucks-g7.html
 
Agora pare e pense...
           Um a sociedade com esse poder de controle é mais segura? Claro que não!
          O excesso de controle só nos torna mais controlado. Isso é péssimo.
       Ao sermos controlados, não temos como fazer mudanças, numa manifestação, onde a força do coletivo nos protegia, agora somos vulneráveis.
As lideranças são facilmente destruídas, as mobilizações dissolvidas.
        Fica a pergunta:
       Quem controla, controla o que? A vontade da maioria? A vontade particular de um determinado grupo? A sua vontade pessoal?
       O maior controle social que podemos ter não é um Estado controlador, e sim um coletivo forte e participativo.
      Pelo fim das câmeras, pelo fim do Big Brother montado no mundo, pela ocupação dos espaços públicos como: ruas, praças, governo.
 
Marcelo Pustilnik Vieira
Consultor e Professor de Ensino Superior

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Quebrar os ovos e não fazer a omelete?

Recebi do Beatrice

          Vou tocar num tema difícil e deixa claro que o faço em meu nome pessoal, sem que tenha conversado ou sequer avisado o titular deste blog. Portanto, os que quiserem condenar o que digo, que condenem a mim, apenas.
         E faço isso porque o convívio de mais de duas décadas com Leonel Brizola e com a administração pública me fez ver quanto é difícil ser honesto e como é quase impossível parecer honesto, mesmo que você o seja. E, claro, como é simples ser desonesto, se você vê na vida pública o caminho da fartura que, positivamente, nela não existe para quem a exerce com princípios e, sobretudo, com causas.
         A saída do PR da base governista não é um desastre irreparável, mas é muito ruim. Não para o Governo   Dilma, apenas, mas para o país. Uma crise com o PMDB, sim é que seria um desastre irreparável. Menos mal que a indicação do deputado Mendes Ribeiro – a quem já tive oportunidade de me referir aqui – para ocupar o Ministério da Agricultura é sólida e muito bem vinda.
            Mas algumas verdades devem ser ditas.
          Não temos um Congresso de esquerda. Quando muito, poderíamos, com muito boa vontade, dizer que temos um terço do Congresso ideologicamente de esquerda.
         É verdade que, da mesma forma, não temos um Congresso ideologicamente aferrado – embora seja mais fácil ser simpático ao que toda a mídia diz – às posições neoliberais, aliás não temos nem mesmo um terço dele assim.
      Mas temos um Congresso patrimonialista, material e politicamente falando. Que quer “espaços” políticos que eternizem o grande patrimônio dos deputados e senadores: os seus mandatos.
    Isso não quer dizer – e não pode querer dizer – pactuar com a corrupção que, eventualmente, possa ocorrer. Mas a ponte, a obra, o asfalto, a estrada vicinal, o atendimento a pleitos locais são moeda política real e histórica. Desde que sejam ações necessárias, benéficas à população e realizadas sem desvios de recursos, não trazem mal ao país, nem à população. Ao contrário, até refletem a capacidade de pressão política legítima que seus representantes podem e devem fazer, num sistema político em que “as bases” são formadas assim.
         É curioso que a direita, até, cobre aos parlamentares que se dediquem mais a estas questões locais, tanto que prega o voto distrital.
         Outra coisa bem diferente é que estes “espaços” se prestem à corrupção e ao enriquecimento pessoal. Evitar que isso aconteça é papel das instituições republicanas de controle, que sempre tiveram, seja no Governo Lula, seja no atual, ampla liberdade de atuação e respaldo em suas ações, dentro da lei, e com independência.
        Um Presidente da República não é um “xerife”. É um condutor, um agregador, um líder que encaminha vontades diferentes dentro de um caminho comum.
Que o Governo precisa de maioria, e que essa maioria não virá automaticamente é algo que ficou bem claro na votação do Código Florestal.
        Não será, também, a mídia que a formará, a não ser para destruir a liderança progressista que nos custou décadas a formar. Muito menos virá da oposição o apoio sincero à ação ética e moralizadora.
É preciso ser firme, mas também extremamente cuidadoso. A administração pública deve funcionar na sua plenitude.
         A Presidenta tem toda a razão em dizer que onde há corrupção, há ineficiência.
       Ao exigir-se eficiência, compromisso, efetividade das ações, cumprimento de prazos, prática de valores módicos e austeridade, então, é que se estará evitando e reduzindo a corrupção.
         Mas cruzadas moralistas não são moralizantes. São, sim, paralisantes.
E não há maior crime, não há mesmo, do que permitir que se paralise o grande processo de transformação do Brasil que está em curso.
      Os conselheiros da Presidenta deveriam perceber que colocaram, como aprendizes de feiticeiros, um caldeirão em ebulição. Com fatos ou sem fatos que o justifiquem, tudo agora é suspeito.
Por sorte a Presidenta não é aprendiz. Ao contrário, aprendeu muito, ela própria, ajudando a tirar o Governo de Lula desta armadilha.
E saberá, muito bem, tirar a si própria do caminho em que tentam leva-la, restabelecer a solidez da base aliada e usar a maioria de que dispõe para fazer as transformações que, estas sim, definirão a sorte de seu Governo.
Porque o sucesso do marketing é fugaz, e o dos atos, perene.
Ter desejos de justiça e progresso é grandeza. Fazer justiça e progresso, mantendo o olhar nos horizontes, em meio às vicissitudes da política é enormidade de ser estadista.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Yong Park extrai mais esperança da própolis

http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/novembro2003/ju236pag05.html#top
 
Na luta contra o câncer, pesquisador anuncia que
resina contém dezenas de vezes
mais flavonóides do que vegetais

Ultimamente, pesquisadores do exterior não vêm dando paz ao professor Yong Kun Park. Aposentando, mas incapaz de abandonar as atividades na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, ele ganhou notoriedade e prêmios internacionais com pesquisas sobre a própolis brasileira. Park e seus orientados colheram amostras de variados tipos de própolis por quase todo o país (falta a Amazônia, onde já trabalham) e descobriram nelas importantes propriedades anticancerígenas e anti-HIV. Os extratos obtidos motivam pesquisas em centros avançados como Japão e Estados Unidos, na busca por medicamentos que eliminem nos doentes a desesperança.
O assédio a Yong Park começou em junho deste ano, quando ele viajou a Kobe para conferir de perto os resultados relativos à concentração de flavonóides nas amostras de própolis que enviara a colegas japoneses. "A própolis possui dezenas de vezes mais flavonóides do que qualquer vegetal", festeja o professor. A festa se justifica. O flavonóide é um composto fenólico presente nos vegetais e, desde o início dos anos 1990, estuda-se mundialmente a sua eficácia no combate a um perigoso invasor do corpo humano: a dioxina, produzida na degradação de produtos contendo cloro, como plásticos e herbicidas.
A dioxina contamina o solo, a água e os vegetais, sendo absorvida pelos animais e, na ponta desta cadeia alimentar, invade as células humanas levando à formação de substâncias cancerígenas. Por isso, ganhou o nome de hormônio ambiental. Está associado a cânceres de pulmão, cérebro e próstata. "Dentro do corpo se produz o hormônio endócrino, que entra na célula denominada "receptor" e envia sinais ao núcleo, estimulando o gene a formar compostos necessários para nossa fisiologia. Estamos, então, sobrevivendo. O problema é que a dioxina ocupa o lugar por onde entraria o hormônio endócrino. A ingestão de flavonóides combate essa invasão, porque eles deslocam a dioxina do receptor, ocupando a mesma posição na célula", ensina o professor.
Se, por isso, os pesquisadores já reconheciam a importância dos vegetais na dieta alimentar, é imaginável o impacto da notícia de que a própolis contém flavonóides em quantidade exponencial. "Já recebi apoio da Finep para prosseguir nesta linha de pesquisa. Para os testes no Japão, enviei apenas amostras de própolis que tinham o flavonóide em maior concentração. Agora, vamos investigar todas, visto que apresentam propriedades diferentes, além de outros vegetais e ervas que contenham o composto", afirma o pesquisador.
Universidades como a de Kobe realizam estudos para supressão do hormônio ambiental há pelo menos dez anos. No Brasil, nada se fez, e os flavonóides da própolis nem provocaram eco. "Já os países desenvolvidos me procuram a toda hora. Estou voltando de uma viagem com os japoneses pelo Nordeste e à Carolina do Norte", revela. Os norte-americanos, igualmente atentos, já sugeriram a Park que redirecionasse o trabalho para a inibição do vírus da Aids. "Se a própolis e seus flavonóides comprovarem eficácia contra o HIV, os pesquisadores envolvidos ganham o Prêmio Nobel", brinca. Brincadeira, mas nem tanto. Instigado, o professor admite que as pesquisas com a própolis, em seu conjunto, não estão tão longe de cumprir requisitos para a premiação.

Trajetória – A postura humilde e o espírito risonho dos orientais se acentuam quando Yong Park é convidado a falar da vida pessoal. Recusa-se, gentilmente. A professora Gláucia Pastore, que convive com ele há tempos na FEA, não titubeia: "O professor Park é a maior autoridade mundial em própolis. Para medir a importância de sua linha de trabalho, basta dizer que a própolis, assim como outros vegetais, possuem componentes capazes de reduzir a poluição ambiental que o próprio indivíduo carrega e que pode levar a doenças degenerativas. A dioxina, no caso, é o grande inimigo oculto nas águas e solos das cidades industrializadas".
É a professora, também, quem repassa a trajetória de Yong Park. Nascido na Coréia do Norte, desceu para Seul e formou-se em medicina. Nos tempos da guerra da Coréia, migrou para o Japão, onde estudou por alguns anos, até cruzar o mundo e tornar-se um dos principais patologias das forças armadas americanas. "Mas ele queria propostas novas, nos Estados Unidos seria apenas mais um médico. O Brasil despontava como promessa e o professor veio para o Ital. A convite de Zeferino Vaz, criou na Unicamp a área de bioquímica de alimentos. Nesta área, tudo o que existe no país veio depois dele", afirma.
O enxame – Yong Park guarda na memória as cenas de "O Enxame", de 1978, que enterrou a carreira do produtor de filmes-catástrofe Irwin Allen, depois dos sucessos de "O Destino de Posseidon" e "Inferno na Torre". "A invasão dos Estados Unidos por abelhas africanas é muita fantasiosa, mas comecei a me interessar por própolis", conta. A verdade, na trama, é que tudo começou no Brasil. O pesquisador Warwick Estevan Kerr, considerando baixa a produção de mel pela abelha Apis mellifera, européia, resolveu cruzá-la com uma espécie africana, a mortífera Apis mellifera scutellata. Alguém retirou a malha de proteção e trinta abelhas escaparam, enxameando e se espalhando pelas Américas, fazendo vítimas fatais. Daí, o filme.
Kerr levou a culpa pelo acidente, mas conseguiu o cruzamento com as abelhas que restaram e fez nascer a Apis mellifera africanizada. Ele e Yong Park viriam a se conhecer e trocar idéias posteriormente. No Sul, o professor da FEA desenvolveu uma pesquisa comparativa em campo, constatando que a abelha africanizada é muito mais eficiente do que a européia na produção de própolis. Este trabalho foi publicado no Japão e alavancou a trajetória de Park na área de biotecnologia voltada à própolis e outros alimentos funcionais. Kerr, por seu lado, ganhou o respeito dos apicultores brasileiros ao multiplicar por dez a produção de mel.

O truque das abelhas
O professor Yong Park explica que os vegetais, no estágio de brotos, estão vulneráveis a microorganismos e insetos; para se proteger, produzem enzimas que funcionam como os anticorpos nos humanos. A colméia, que guarda o néctar das plantas, ficaria igualmente vulnerável a invasores. Ocorre que as abelhas aprenderam a coletar as enzimas que protegem os vegetais, fechando com elas a parte externa das colméias. "Países europeus, principalmente do leste, há dois mil anos usam a resina das colméias para tratar de doenças infecciosas", conta. Hoje estão confirmadas as propriedades antiinflamatórias, antimicrobianas, antioxidantes e anticancerígenas da própolis. O detalhe é que não existe apenas um tipo de própolis, como se pensava. Estados Unidos e Europa pensavam assim porque possuem climas temperados, em que maioria dos vegetais é visitada pela abelha da espécie "álamo", sendo esta a resina predominante. "No Brasil, com a maior biodiversidade do planeta e seu clima tropical ou subtropical, encontramos variados tipos de própolis, conforme a origem botânica, e todos com atividades farmacológicas diferentes", acrescenta Yong Park.
Em 1994, o professor apresentou o trabalho de sua equipe na Europa e Japão, classificando 12 grupos de própolis, divididos conforme a concentração de compostos químicos. Era fruto da avaliação de 500 amostras coletadas nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Testes nos EUA, comprovando propriedades citotóxicas, anti-HIV e anti-cárie nas amostras, foram repercutidos por publicações científicas e pela mídia.
Yong Park orgulha-se de ver seu orientado Michel Koo contratado pela Universidade de Rochester, com seu próprio laboratório e equipe. Michel Koo vem aprofundando as pesquisas que iniciou na Unicamp sobre a ação de compostos da própolis contra a enzima da bactéria Streptococcus mutans, que provoca a cárie. Na Universidade da Carolina do Norte, testes de atividade citotóxica indicaram uma variação de 14% a 97% na inibição do crescimento de células cancerígenas, notadamente as de mama, intestino, naso-faringe e renal. Quanto à atividade anti-HIV, são promissores os resultados obtidos com os grupos 1 e 5, da região Sul, segundo os testes na Biotech Research Laboratories.
O caminho – Mas Yong Park não pensa apenas em própolis. Adverte que o mundo já tomou outro rumo e que o Brasil depende da exploração sustentável de sua rica biodiversidade para sobreviver. Para isso, deve investir na biotecnologia voltada para produtos naturais. "Estados Unidos e Europa sempre usaram medicamentos gerados da síntese química, mas hoje recorrem cada vez mais a produtos naturais com atividades farmacológicas. No ramo de ingredientes e alimentos funcionais, o mercado mundial movimentou 20 bilhões de dólares em 2000, e a cifra deve triplicar até 2010", informa.
Trata-se de um alerta de cientista, pois negócios não fazem parte da vida de Yong Park, que vira e mexe recusa convites de empresários para trabalhar em pesquisas com própolis visando à exportação. Quando um colega americano insistiu em patentear uma amostra de própolis capaz de inibir o vírus da Aids, Park rompeu relações e publicou o trabalho para a comunidade científica: "Não sou comerciante, sou professor".

Crescimento econômico vertiginoso do Brasil está atraindo americanos - Brazil’s Boom Draws Americans Eager to Profit -

NOTA DO BLOGUEIRO:
 Recebi essa matéria e me sinto na obrigação de repassa-la, pois é um chamado a reflexão de alunos e mestres, temos que trabalhar estudar com afinco, pois espaços existem e estão sendo ocupados por estrangeiros, tudo bem, mas esse espaço é nosso. Dos brasileiros, precisamos recupera-lo.

13/08/2011 -
The New York Times -
Simon Romero - Myrna Domit, em São Paulo, contribuiu com reportagem.

            Refletindo sobre as tempestades financeiras que açoitam a Europa e os Estados Unidos, Seth Zalkin, um banqueiro americano vestido de modo casual, bebia em uma pequena xícara e parecia contente com sua decisão de se mudar para cá em março, juntamente com sua esposa e filho.
          “Se o resto do mundo está indo para o buraco, este é um bom lugar para se estar”, disse Zalkin, 39 anos.
          Para aqueles com mesmo uma vaga lembrança da própria crise da dívida do Brasil nos anos 80, a ordem global parece ter virado de cabeça para baixo. A economia americana pode estar rastejando, mas o Brasil apresentou sua maior taxa de crescimento em mais de duas décadas no ano passado e o desemprego está em níveis baixos recordes, parte da transformação do país de uma pilha de nervos inflacionária em um dos principais credores de Washington.
         Com salários rivalizando os de Wall Street, tantos banqueiros, administradores de fundo hedge, executivos do petróleo, advogados e engenheiros estrangeiros se mudaram para cá que os preços dos espaços de ponta para escritórios ultrapassaram os de Nova York neste ano, tornando o Rio uma das cidades mais caras para se alugar nas Américas, segundo a imobiliária Cushman & Wakefield.
              A mentalidade de corrida do ouro está a pleno vapor, com os pedidos de permissão de trabalho para estrangeiros aumentando 144% nos últimos cinco anos e os americanos liderando o grupo de profissionais com ensino superior disputando seu espaço.
         Empresários há muito são atraídos pelo Brasil, juntamente com homens com desejo de enriquecer rapidamente, sonhadores com a grandeza do Amazonas e até mesmo fora-da-lei como Ronald Biggs, o inglês que fugiu para cá após o Grande Roubo de Trem de 1963.
          Mas agora as escolas que atendem aos americanos e outras famílias de língua inglesa apresentam longas listas de espera, os apartamentos podem custar US$ 10 mil por mês em áreas nobres do Rio e muitos dos recém-chegados possuem diplomas da elite das universidades americanas ou experiência de trabalho nos pilares da economia global.
             Assim que chegam aqui, eles encontram um país diante de um desafio muito diferente do que os Estados Unidos e a Europa: temores de que a economia esteja aquecida demais.
          Um choque em particular para os recém-chegados é a força da moeda brasileira, o real. Isso pode ajudar muitos brasileiros a comprar apartamentos em lugares como South Beach, em Miami, onde as propriedades custam aproximadamente um terço de suas equivalentes nos bairros nobres do Rio. Mas também prejudica a indústria e os exportadores do país.
           Assim, em uma tentativa de impedir uma valorização ainda maior, o Brasil atualmente é um dos maiores compradores de títulos do Tesouro americano, tornando-se um grande credor da economia americana em dificuldades. Isso representa uma grande mudança em relação ao passado, quando Washington ajudava a elaborar pacotes de resgate para as crises financeiras do Brasil.
          “O Brasil está indo muito bem, mas, honestamente, toda semana eu me pergunto: ‘Quando isto vai acabar?’” disse Mark Bures, um executivo americano de 42 anos que se mudou para cá em 1999, a tempo de ver uma desvalorização abrupta da moeda e outras fortes oscilações na sorte do Brasil.
           Alguns poucos americanos veteranos até mesmo se lembram do último “milagre” econômico do Brasil, no início dos anos 70, quando o “The Wall Street Journal” citou um banqueiro entusiasmado no início de um artigo de primeira página, que previu: “Em 10 anos, o Brasil será uma das cinco maiores potências do mundo”. Em vez disso, o país acabou com níveis intimidantes de dívida externa.
      O recente boom dos commodities e o crescimento do consumo doméstico, resultado do crescimento da classe média, ajudou a transformar o Brasil em uma potência em ascensão, que se recuperou facilmente da crise financeira global de 2008. A economia cresceu 7,5% no ano passado e deverá registrar um crescimento de 4% neste ano –menor, mas ainda assim invejável nos Estados Unidos.
          Mas o Brasil oferece muitos desafios aos recém-chegados. A legislação trabalhista favorece a contratação de brasileiros em vez de estrangeiros, e o demorado processo de obtenção do visto de trabalho pode surpreender aqueles desacostumados à imensa burocracia brasileira.
          Alguns economistas consideram o real brasileiro como sendo a moeda mais sobrevalorizada do mundo frente ao dólar e a inflação está subindo (como fica evidente pelos Big Macs a US$ 6,16 e martinis a US$ 35). As taxas de juros permanecem teimosamente altas e os analistas debatem se uma bolha de crédito está se formando, à medida que os consumidores continuam comprando de tudo, de casas a carros, em financiamentos de muitos anos.
          O Brasil não está imune à turbulência nos mercados globais e sua moeda enfraqueceu um pouco neste mês. Os imóveis no Rio estão em alta à medida que a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 se aproximam, mas sua infraestrutura é inadequada. O crime violento, apesar de em queda em algumas áreas, atormenta grandes partes do país e o Rio, que passou por um sequestro traumático de ônibus neste mês.
          Mesmo assim os estrangeiros continuam chegando, e os vistos de trabalho para eles saltaram mais de 30% apenas em 2010, segundo o Ministério do Trabalho.
          “Meu português era muito básico, mas dava para ver que havia um boom aqui”, disse Michelle Noyes, uma nova-iorquina de 29 anos que organizou uma conferência de fundo hedge em São Paulo. Logo depois, ela se mudou para o Brasil, para um emprego em uma firma de gestão de ativos em São Paulo.
         “Eu me mudei da periferia do setor para o centro”, disse Noyes, citando cinco outros americanos, dois de Nova York e três de Chicago, que estão se mudando para o Brasil neste mês para arriscar sua sorte.
       Os americanos formam o maior grupo em mudança para cá, seguidos por britânicos e outros europeus. Alguns possuem trabalhos temporários. Outros estão abrindo empreendimentos grandes e pequenos.
       David Neeleman, o fundador americano da JetBlue Airways, criou recentemente a Azul, uma companhia aérea de baixo custo brasileira. Corrado Varoli, um italiano que supervisionou as operações latino-americanas do Goldman Sachs em Nova York, agora dirige seu próprio banco de investimento butique em São Paulo. Novas pontocoms brasileiras, como a Baby.com.br, uma empresa de varejo online de produtos para bebês, foi aberta neste ano por dois primos americanos, recém-formados em faculdades de administração e negócios como Wharton e Harvard, às vezes dão ao Brasil uma sensação não diferente daquela dos Estados Unidos em 1999.
          Outros estrangeiros arrumam empregos em empresas brasileiras que estão prosperando com o boom parcialmente criado pelo comércio do Brasil com a China.
        “Nossos salários aqui no Brasil são pelo menos 50% maiores do que os salários nos Estados Unidos para posições estratégicas”, disse Jacques Sarfatti, gerente para o país da Russell Reynolds, uma empresa de recrutamento de executivos.
          Os estrangeiros estão disputando vagas com os brasileiros que voltam do exterior. “Está óbvio que o mercado de trabalho está muito ruim em outros lugares”, disse Dara Chapman, uma californiana de 45 anos que é sócia de um fundo hedge do Rio, o Polo Capital. Ela disse que recebe muitos currículos de pessoas nos Estados Unidos com interesse em se mudar.
         As imensas descobertas pelo Brasil de petróleo em águas profundas também atraíram investidores e estrangeiros, incluindo milhares de filipinos que trabalham em navios e plataformas de petróleo em alto-mar. Para suas outras indústrias, o Brasil precisa de aproximadamente 60 mil novos engenheiros, parte deles precisando vir do exterior, dado o atraso do sistema educacional do Brasil.
         “Eu vim de Pequim há um ano e encontrei um potencial incrível para desenvolvimento profissional”, disse Cynthia Yuanxiu Zhang, 27 anos, uma gerente chinesa de uma empresa de tecnologia. “Eu já estou planejando prolongar minha estadia aqui esta década adentro.”


Original no NYT:
August 13, 2011 
(NYT) WORLD / AMERICAS
By SIMON ROMERO
Brazil’s Boom Draws Americans Eager to Profit
The turnaround from the nation’s days as a major debtor nation has also attracted Brazilians back from abroad.
http://www.nytimes.com/2011/08/13/world/americas/13brazil.html?emc=tnt&tntemail0=y

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Mais empresas serão beneficiadas pelo Simples

        O governo da presidenta Dilma Rousseff decidiu que um número maior de pequenas e microempresas poderá se beneficiar do Simples, o sistema de pagamento de impostos. Hoje foi acertado um acordo de Dilma com a Frente Parlamentar Mista das Micro e Pequenas Empresas no Congresso Nacional, que possibilita a ampliação do Simples Nacional por meio de um projeto de lei.
          A proposta aumentou de R$ 36 mil para R$ 60 mil o teto da receita bruta anual do empreendedor individual que usa o Simples. Para a microempresa, o valor subiu de R$ 240 mil para R$ 360 mil. Para a pequena empresa, o reajuste foi de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões, o que representa uma elevação de 50%.
          “A ampliação do SuperSimples e do Microempreendedor Individual é algo importante para o nosso país por vários motivos. O primeiro grande motivo é o fato de que, num país com a nossa população, com as nossas riquezas, o empresariado que dirige pequenas empresas, ele constitui a base do tecido social que permite que nós caminhemos cada vez mais para nos tornarmos um país de classe média”, disse a presidenta, em solenidade no Palácio do Planalto.
Parcelamento de dívidas
          Outra medida é o parcelamento da dívida tributária para os empreendedores que estão enquadrados no Simples Nacional, o que até agora não era permitido. O prazo de pagamento será de até 60 meses.
          O ministro Guido Mantega informou também que será suspensa a necessidade de declaração anual do Simples Nacional. Para substituí-la, as declarações mensais serão consolidadas pela Receita Federal. “Essa ampliação vai no sentido de abranger um número maior de empresas que estariam agregadas naquele que é o regime tributário mais moderno que nós temos no país”, disse.
Outro ponto negociado entre o governo e parlamentares é a permissão para que micro e pequenas empresas possam exportar sem sair do Programa do Simples Nacional o mesmo valor comercializado no mercado brasileiro.
Saiba como funciona o Simples
        O Simples é um sistema simplificado de cobrança de impostos para micro e pequenas empresas que vigora há mais de quatro anos. Até agora, 5,2 milhões aderiram ao programa, o que, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), representa 88% das micro e pequenas empresas do país.
          O Simples unifica oito tributos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios – o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), PIS/Pasep, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Serviços (ISS) e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica.
         O programa é administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes da Secretaria da Receita Federal do Brasil, dos estados e do Distrito Federal e dos municípios. Para entrar no Simples Nacional é necessário ser microempresa ou empresa de pequeno porte.

* com informações da Agência Brasil.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

“Inovar para competir. Competir para crescer”

           Esse é o slogan do plano Brasil Maior, lançado nesta terça-feira pela presidenta Dilma Rousseff em cerimônia no Palácio do Planalto. A nova política industrial reduziu a zero a alíquota de 20% para o INSS dos setores de confecções, calçados, móveis e softwares. Com isso, as empresas terão uma economia de R$ 25 bilhões por um período de dois anos.

           “Essas medidas são o nosso primeiro passo em direção a aumentar a competitividade do Brasil, a partir da inovação, da exigência de agregação de valor e do combate a práticas fraudulentas reais no que se refere à concorrência”, disse a presidenta Dilma após o lançamento.   

           O Brasil Maior prevê, ainda, uma série de ações iniciais que vão desde a redução de custos para as exportações, com a criação do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), até a regulamentação da Lei de Compras Governamentais, passando pelo fortalecimento da defesa comercial contra importações irregulares de produtos.
 
           A medida funcionará como um projeto piloto até dezembro de 2012 e seu impacto será acompanhado por uma comissão formada por governo, setor produtivo e sociedade civil.
Conheça todos os pontos do Brasil Maior.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ANDAMENTO DAS OBRAS DO PAC 2 - UMA VISÃO DIFERENTE DA GLOBO

sábado, 30 de julho de 2011

Acesse o gráfico em:
http://www.tijolaco.com/wp-content/uploads/2011/07/pac2.jpg

          A reportagem exibida ontem pelo Jornal Nacional [ http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/07/primeiro-relatorio-do-pac-no-governo-dilma-revela-atraso-nas-obras.html ] é um primor de “urubologia”.Com uma edição digna de programa eleitoral do PSDB, com números negativos exibidos em computação gráfica e imagens de obras supostamente paradas.
          Numa tentativa de transformar o sucesso em fracasso, não há uma palavra sobre 89% das obras monitoradas  estarem em ritmo adequado, enquanto 8% estão em estado de atenção, 2% têm execução preocupante e 1% já foi concluído, até porque são obras pesadas, que não se fazem com um estalar de dedos. Esse é o número em valor, o critério mais adequado, porque não distorce o quadro, misturando pequenas obras com grandes projetos.
         Em resumo: 90% está dentro do planejado e 10% apresenta problemas. Mas a Globo faz matéria apenas sobre os 10%.
          Nem uma palavra sobre já estarem contratados R$ 25 bilhões para obras de saneamento, 87%  deles em obras cuja execução está em torno de 50% realizada.

           Nem um segundinho para a informação de já entraram no sistema elétrico brasileiro 2 mil megawatts gerados por obras do PAC 2. Ou que 83% dos projetos de urbanização em áreas precárias estão em andamento, satisfatoriamente.

         Mas muito tempo para o senador Alvaro Dias – aquele vice “viúva Porcina” de Serra, o que foi sem nunca ter sido – e para um economista da “Contas Abertas” (aquela mesmo cujos fundadores estiveram às voltas com os problemas panetônicos do Governo de José Roberto Arruda, no Distrito Federal.

          A gente posta aí em cima o vídeo da apresentação feita pela Ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para você ver, em detalhes, o que a emissora não deu. Quem quiser ter acesso ao balanço completo, pode acessá-lo aqui.
          A Globo, por aí, vai sangrar na veia da saúde do Governo Dilma.

          Porque ela pode ter defeitos, mas um deles certamente não é o de ser incapaz ou tolerante com atrasos e incompetência na gestão de projetos.

Mas isso tem dois aspectos bons.

          O primeiro, que a Globo pode distorcer a realidade, mas não é capaz de revogá-la.

          O segundo, o de que está se encarregando de mostrar que a comunicação do governo não pode ser baseada no que a grande mídia chama de “liberdade de expressão”, que é ela falar sozinha.

          Quem sabe assim o pessoal de lá se convence de que precisa falar claro, mostrar os fatos e dar à imensa rede de solidariedade ao projeto que Dilma os meios para combater a “urubologia” global?