Paulo Roberto é Pedagogo, Sindicalista e Petista.

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Dever cumprido é fruto da ousadia de um velho militante das lutas democráticas e sociais do nosso Brasil, que entende que sem uma interação rápida, ágil, eficiente e livre com o que rola pelo mundo, a democracia é pífia.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Um triste Adeus, um vazio.

     No domingo, às 7 horas da manhã, minha irmã caçula - Carla me liga de Campos dos Goytacazes para comunicar a morte da tia Aldarina. Aldarina Carneiro acabara de falecer aos 95 anos de idade por falência múltiplas dos órgãos. Aldarina era uma educadora nata, comprometida com a educação até a alma. Além de seu trabalho na escola pública onde lecionava, tinha como missão educar grande leque de sobrinhos. Sobrinhos de sangue (só quatro) e sobrinhos agregados. Esses eram uma renca, contando só os da minha mãe eram 10.

     Lembro-me que no início da década de 60 íamos para o colégio pela manhã e à tarde para a casa da tia Aldarina para fazermos nossas tarefas. O mais interessante é que o compromisso dela não era só com nossas tarefas escolares, era também com nossa cultura. Eu que sou o mais velho dos 10 que meus pais tiveram, junto com Eduardo abaixo de mim, íamos para sua casa de segunda a sexta-feira e recebíamos dela uma mesada, que além de pagar nossas passagens incluía o ingresso das matinês no Coliseu aos domingos e a compra dos gibis.

     Aldarina Carneiro teve três irmãos, todos já falecidos - Antonio, Maria e Francisco. Ela era a segunda, nasceu depois de Antonio, e a ordem em que DEUS os levou foi: primeiro o tio Francisco, o caçula; o tio Antonio, o mais velho; depois a dinda Maria (minha madrinha de batismo) e agora Aldarina, todos eles seres humanos de boa cepa. Antonio foi casado com a promotora Marília Bulhões Carneiro, nossa querida tia Marília e eles não tiveram filhos; Aldarina e Maria eram solteiras por opção e tiveram como devoção a educação dos filhos dos outros, sendo outros próximos (a renca de sobrinhos) e outros não tão próximos (seus alunos nas escolas públicas); e Francisco, o caçula, casado com a nossa querida tia Lenoir, pais de Chico, Maria Regina, Doreka e Fatinha.

     A nossa relação ( “parentesco”) com essa família começa com a minha avó materna sendo empregada domestica dos pais da tia Aldarina, Sr. Lubélio e Dona Regina. Com isso o casal assumiu para si a responsabilidade de educar, orientar e instruir as filhas mais novas de minha avó, minha mãe Maria José e minha tia Amarina (ambas já falecidas). Essa tarefa ficou como herança para os quatro filhos de Sr. Lúbélio e todos, sem nenhuma exceção, assumirão e deram conta dela. Cabe ressaltar que essa tarefa foi assumida com a mesma intensidade, compromisso e carinho pelas esposas do tio Antonio e do tio Francisco. Só que não ficou só nisso, e a nós, os dez filhos de Maria José e seu esposo Emílio foi estendido todo esse afeto, carinho e compromisso.

     A morte da tia Aldarina dói e deixa um vazio em muita gente e lamentavelmente só assim nós pudemos rever a querida tia Lenoir e seus filhos, nossos “primos” Chico, Maria Regina, Doreka e Fatinha. Revimos também a Lúcia, última pessoa que trabalhou em sua casa e os seus filhos Luciano, Luizinho e Léozinho que também foram pela tia Aldarina orientados, educados e como todos nós, amados. No enterro estávamos eu e oito dos meus nove irmãos, só Zé Emilio, que teve boa parte do dia no velório e certamente por razões emocionais preferiu não ir ao sepultamento.

     Hoje rendemos gratidão ao nosso DEUS pelos dez filhos dos meus pais serem pessoas de bem e nessa direção foram por eles orientados. Reconhecemos e também somos gratos à família Carneiro pelo papel imperativo exercido em nossa formação e de forma muito especial à nossa querida tia Aldarina por ter segurado firme a batuta da regência dessa orquestra.



     “Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra”. Romanos 13:7


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