Paulo Roberto é Pedagogo, Sindicalista e Petista.

Minha foto
Dever cumprido é fruto da ousadia de um velho militante das lutas democráticas e sociais do nosso Brasil, que entende que sem uma interação rápida, ágil, eficiente e livre com o que rola pelo mundo, a democracia é pífia.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Educação é interação, inter-relação sem partidarismo


É impossível sermos educadores, agentes que fomentam a educação sem nos relacionarmos com posições divergentes. Isso não quer dizer que não se tem lado, claro que temos e é bom que seja assim porque todo aquele que diz não ter lado é um alienado, ou melhor, é um enganador de si mesmo, é um ser que não existe.
 Como eu existo e quero ter a ousadia de ser um agente transformador, lá pelos inicio da década de 70, nos engajamos na luta de combate a ditadura militar que alienava e eliminava quem ousava divergir daquele regime em vigor, depois no inicio dos anos 80 nos engajamos no movimento sindical. Naquela época dos telefônicos fomos da oposição sindical em 81, 83 e entramos pro sindicato em 86 e saímos em 97, foram 11 anos de uma excelente formação, só para se ter uma idéia foi nesse período que se criou em São Paulo o Instituto Cajamar, uma escola da CUT – Central Única dos Trabalhadores, que se pretendia na época ser a Universidade do Trabalhador logo em seguida criou-se em Minas Gerais a Escola 7 de Outubro, com os mesmos propósitos. Nós os telefônicos do Rio de Janeiro devido a nossa aproximação politica com os telefônicos de Minas Gerais fizemos muito mais cursos, treinamentos e principalmente planejamentos na escola 7 de Outubro que no Cajamar, eu particularmente só fiz dois treinamentos no instituto Cajamar e algumas dezenas na Escola 7 de Outubro.
Creio que foi aí que surgiu nossa paixão pela Educação, aprendemos nessa época a importância da formação e da capacitação da Classe Trabalhadora. Era preciso formar sindicalistas mais qualificados, melhorar a formação política de nossas bases, mas isso era muito pouco, precisávamos mandar para o mercado de trabalho homens e mulheres mais qualificados para as suas tarefas e também com consciência de cidadania de seus direitos e deveres, isso virou para mim quase que uma obsessão.  Em 1998 fui convidado para dar uns cursos no SENAI. Era tudo que queríamos “juntou a fome e a vontade de comer’. Tarefa que nos empolgou e assumimos de corpo e alma, pois as condições objetivas estavam dadas para interferir na base da transformação da sociedade. E como lecionar precisava de aprimoramento fomos para a faculdade nos graduar em pedagogia, que concluímos em 2006 na UNIG.
Toda essa introdução foi necessária para resgatarmos o maior momento de aprendizagem de nossa vida que foi ente os anos 80 e 90 no movimento sindical. Ali aprendi a me relacionar com as posições divergentes, mais com respeito e firmeza de nossas posições, negociar com patrões, sem se deixar influenciar por eles, não é fácil,  cada campanha salarial, era precedida de treinamentos, seminários, planejamentos a capacitação era a espinha dorsal  do sucesso das negociações. Nosso grupo era rigoroso, quem participava dos treinamentos não sentava nas mesas de negociação, não estava habilitado, não tinha formação.
Daí nasce em nós à consciência, o desejo e a busca pela formação. E mais ainda a capacidade de absolvermos as critica, pois aprendemos que é para responde-las temos que aprofundar mais em nossas convicções, literalmente temos que ser mais radicais, irmos às raízes do que pensamos, até para em alguns casos possamos rever esses pensamentos ou cristaliza-los.
Esses princípios; a capacidade de absolver critica e a busca das respostas a elas,  são a base de uma formação livre e soberana da sociedade  em que atuamos, vivemos e buscamos transformar, não há educação sem questionamento, temos que questionar tudo, tudo mesmo, temos que ter a capacidade de enxergar por traz das noticias, das informações só assim motivaremos nossos alunos, nossos educandos a irem fundo na busca, nas pesquisas para aí sim construir a liberdade de pensar e formular.
Portanto entendemos que educação é isso, o construir coletivo no ambiente de pluralidade, de troca que só é possível se houver interação e inter-relação, num ambiente onde o novo surge a todo o momento e não podemos ter medo dele.
O ser humano não é um robô para ser teleguiado, monitorado, vigiado ele precisa de liberdade de ação, ver, ler, ouvir, trocar e consequentemente construir. É claro que isso não significa não ter lado, nós por principio somos: Marquixista, gramscinianos e freiriano tudo isso sem partidarismo, mais filiados a partido político e afinados com grupo. Porém, a educação esta acima das divergências.

Paulo Roberto Pereira Gomes

Um comentário:

  1. Dá-lhe, Paulinho!
    Que bom ler o resgate que você fez de um pouco da história do Movimento Sindical mais perto de nós. Viajei!
    Um abraço.

    ResponderExcluir