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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Países debatem caminhos para uma educação de qualidade



21/10/2009 - 01h10

Por Marina Rosenfeld, do Aprendiz 

“Se há uma certeza no Bahrain é a de que três coisas nos norteiam: educação, educação e educação”, disse o príncipe Salman Bin Hamad Al Khalifa, durante o congresso “The Education Project”, que aconteceu na semana passada no Bahrain, país localizado na região do Golfo Pérsico, Oriente Médio.

“O país tem se desenvolvido muito rápido e nosso maior desafio é transformar os recursos em recursos humanos”, afirmou o Ministro de Desenvolvimento Econômico, Shaik Mohammmed Bin Essa Al Khalifa. “Esse é o nosso primeiro congresso de educação e por isso fizemos questão de trazer as melhores experiências do mundo. Queremos construir nosso projeto de educação a partir desse encontro”, completou o príncipe ao destacar a presença de especialistas em educação de mais de 30 países. Entre as experiências apresentadas estava o conceito brasileiro de Bairro-Escola, desenvolvido e disseminado pela Associação Cidade Escola Aprendiz.



Segundo o príncipe, a educação em todo o mundo tem sérios problemas e somente reunindo parceiros de todos os continentes será possível fazer uma educação de qualidade. “Precisamos olhar para o que temos de melhor. Aqui temos as melhores práticas, que vão da pré-escola à universidade e até mesmo organizações não governamentais. Juntos, podemos chegar em algum lugar, porque as perguntas são fáceis de se fazer, mas as respostas não são fáceis de se responder”.

“Todos os países investem em educação, mas o retorno ainda é muito baixo”, completou o príncipe, afirmando que os países precisam seguir o exemplo do Senegal. “O nosso país é único em todo o mundo que aplica 40% do orçamento em educação. Para mim essa é uma escolha econômica. Sem educação não há crescimento”, afirmou o presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, durante o evento. Para finalizar, o presidente citou ainda o popular ditado “diga-me o que você tem hoje que direi quem você será amanhã”.

O chanceler das escolas públicas de Nova York, Frank Macchiarola, disse ainda que o problema da educação é o maior desafio em todo o mundo. “Mais do que achar soluções, precisamos descobrir o que está acontecendo e só fazendo perguntas o tempo todo conseguiremos descobrir”, disse, ao defender que a busca não está em práticas sofisticadas, mas em soluções simples e reais. “Há uma grande diferença entre percepção e realidade”, completou.

Sistema escolar do século XX e realidade do século XXI

Um dos pontos mais discutidos durante todo o encontro foi o sistema escolar, que segue o autoritarismo e a rigidez do século XX em pleno século XXI. “Basta nos perguntarmos sobre onde queremos chegar, o que as pessoas devem saber na nossa sociedade e que tipo de metodologia usamos para logo descobrir que a escola está indo pelo caminho errado”, afirmou Tony Wagner, co-diretor da escola de educação de Harvard, ao defender que é preciso desenvolver novas habilidades que respondam à realidade. “O sistema reproduz exatamente o que estava desenhado, programado para existir no século passado”, completou o CEO da Hope Foundation, Alan Blankstein.  


De acordo com Macchiarola, a escola de hoje só consegue lidar com parte das questões educacionais. “É um ambiente controlado, onde você consegue medir a participação, o comprometimento, o engajamento. Mas quando é preciso ir além, ou seja, gerenciar os grandes problemas da vida, é necessário sair dos muros da escola porque ela simplesmente não dá conta. Precisa envolver vários parceiros, a família, a comunidade”.



Para o chanceler, talvez a maior questão esteja no fato de que o atual sistema não compreenda que é preciso transformar a sociedade e não só o indivíduo. “É um problema de transformação pública e não privada. A educação é igual ter filhos. Cada um é diferente do outro. Mas todos querem ser amados. Esse é o valor que o sistema tem que ter. Por isso, não há desculpas”, finalizou.

* Enviada especial ao Bahrain, no Oriente Médio.

(Envolverde/Aprendiz)

 




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