Ana Clara Otoni
As condições precárias que a vida moderna oferece são preocupantes e, em muitos casos, irreversíveis. Sejam o caótico trânsito das metrópoles, os constantes alagamentos de ruas, a desapropriação de casas em situações de emergência e a assombrosa violência urbana. Porém, a situação abordada por O TEMPO em "Escola adota rodízio de aulas" (Cidades, 10.2) é, no mínimo, vergonhosa e inaceitável. Estamos no início do ano letivo e não sei como uma escola da rede estadual de ensino funciona há duas semanas sem a mínima condição de receber os alunos matriculados. Faltou planejamento à escola, mas a responsabilidade pela manutenção e eficiência do sistema de educação do Estado é de responsabilidade do governo por meio de sua Secretaria de Estado de Educação.
É inadmissível que um Estado que cresceu 6,8% em 2008 possa apresentar esse tipo de ocorrência, que só se registra em lugares mais pobres e subdesenvolvidos, onde crianças se amontoam no chão e os professores não têm condições de trabalho. Políticas emergenciais, como rodízio de carros, são comuns em grandes cidades, mas como aceitar rodízio de crianças em salas de aula? Como os profissionais de educação, já tão pouco reconhecidos, conseguirão cumprir o cronograma pedagógico exigido pelo MEC? O Estado tem o dever constitucional de garantir educação a todos e não fazer que centenas de alunos voltem para suas casas porque a escola não pode recebê-los.
Bacana republicar em seu blog meu artigo indignado sobre a educação. Espero que essa realidade mude. É triste, mas podemos fazer algo para tranformar isso.
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