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domingo, 15 de fevereiro de 2015

Peça de museu

Marcello Miranda13 de fevereiro de 2015 14:33
Peça de museu
Escrito por Instituto Telecom, Terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
www.institutotelecom.com.br

Nessa quarta, dia 11, a Anatel realizará em Brasília uma audiência pública para discutir a substituição do cartão dos orelhões. As concessionárias querem a troca dos cartões indutivos pela chamada calling card. A Anatel, por sua vez, diz que a discussão é motivada pelo fato de a Interprint/Valid, única fabricante existente, ter informado que encerraria a produção dos cartões indutivos em dezembro de 2014, “em função dos baixos volumes adquiridos pelas prestadoras e dos preços praticados”. Para a fabricante, a baixa produção torna os cartões economicamente inviáveis. A pergunta a ser feita é: por que as prestadoras adquirem um número tão baixo de cartões?


É bom lembrar que os cartões utilizados hoje possuem tecnologia derivada de anos de estudo do CPqD (Centro de Pesquisa da Telebrás), em época anterior à privatização do setor. Chegou, inclusive, a ser exportada para a China. Até hoje, quase vinte anos depois de sua criação, os cartões indutivos respondem infinitamente bem às demandas dos usuários. No sistema calling card, o usuário adquire o cartão, raspa para visualizar o número e disca para a operadora usando o mesmo teclado atual do orelhão, uma vez que o novo sistema será virtual. Como os chips de celulares, o cartão tem um "pin", número de identificação do usuário.
Lamentavelmente, as operadoras conseguiram criar uma quase unanimidade em relação ao telefone público, visto como obsoleto, um instrumento que ninguém utiliza. Com isso, sucatearam toda a rede de orelhões (TPs), implantada basicamente com recursos públicos. Não há manutenção, nem incentivo para que as pessoas o utilizem. Não é à toa que na semana passada a Anatel baixou uma cautelar para que a Oi melhore a qualidade de sua rede de orelhões.
Por outro lado, nem a Anatel e muito menos as operadoras, divulgam para a sociedade que uma ligação de um telefônico público para um telefone fixo é cerca de 700% mais barata do que um celular pré-pago para o mesmo telefone fixo.
Outro aspecto é a modernização dos telefones públicos. Em Nova York, o telefone público serve como ponto wi-fi, possibilitando o acesso à banda larga. Em Londres, muitos telefones públicos possuem um espaço para que os cidadãos possam recarregar a bateria do seu celular. Ou seja, várias medidas que facilitam a vida do cidadão.
Na consulta pública sobre a renovação dos contratos de concessão há uma cláusula obrigando as operadoras a implantarem backhaull com fibra ótica em todos os municípios, em troca da redução do número de orelhões. As prestadoras, convenientemente, concordam com a redução dos TPS, mas não com a obrigação do backhaull.
O Instituto Telecom defende a realização de uma consulta pública mais ampla, que leve em consideração a modernização da ainda rede existente de telefones antes que os orelhões, financiados com recursos públicos, virem peças de museu.

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