Paulo Roberto é Pedagogo, Sindicalista e Petista.

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Dever cumprido é fruto da ousadia de um velho militante das lutas democráticas e sociais do nosso Brasil, que entende que sem uma interação rápida, ágil, eficiente e livre com o que rola pelo mundo, a democracia é pífia.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

ECONOMIA NACIONAL

Déficit comercial em alta e arrecadação fiscal em baixa prenunciam desafios para 2015: A balança comercial brasileira fechou a terceira semana do mês de novembro com déficit de US$ 701 milhões, após registrar exportações de US$ 3,838 bilhões (queda de 25% na média diária na comparação com o mesmo período de 2013) e exportações de US$ 4,539 bilhões (queda de 2,5% na média diária na comparação com o mesmo período de 2013). Com este resultado, o mês de novembro deve registrar déficit, aumentando a possibilidade de déficit também no acumulado de 2014, que até o momento apresenta uma balança comercial deficitária de US$ 4,123 bilhões. Já a arrecadação federal divulgada nesta manhã pela Secretaria da Receita Federal somou R$ 106,215 bilhões em outubro, valor 1,33% menor que arrecadação de outubro de 2013. Com este resultado, o governo já aponta a possibilidade de a arrecadação federal apresentar crescimento real de 0% neste ano, repetindo a arrecadação de 2013. Isso se deve, em grande medida, à redução na previsão de crescimento da economia brasileira, que no último relatório bimestral de receitas estava estimada em 0,9% e reduziu-se para 0,5% neste último relatório da Receita Federal.
Comentário: A veloz deterioração do saldo da balança comercial expõe as novas condições de concorrência internacional e nossa fragilidade dentro deste novo cenário, revelando o fracasso da estratégia liberal de inserção da economia brasileira no mercado internacional, particularmente patrocinada a partir da década de 1990. No caso das exportações, a situação é grave, tendo em vista que a composição de nossas exportações tem se deteriorado, se concentrando em produtos básicos de baixo valor agregado, que enfrentam no momento uma queda em seu preço internacional dado o regime de baixo crescimento mundial (particularmente a redução no ritmo de crescimento da economia chinesa), o que ajuda a explicar a expressiva queda no quantum exportado. As importações, que também apresentam redução na comparação com o ano anterior, não se reduzem na mesma velocidade tanto devido à manutenção dos preços dos produtos importados (basicamente manufaturados) quanto devido à extrema dependência que a indústria brasileira foi criando dos insumos após décadas de câmbio valorizado e juros altos. A queda na arrecadação de impostos é apenas um sintoma de uma economia nacional que está perdendo espaço na concorrência internacional e na competição pelo próprio mercado interno (que segue pulsante e crescendo com algum vigor), o que se reflete no baixo crescimento econômico e, consequentemente, da arrecadação pública. O desafio para os próximos anos é, sem dúvida alguma, voltar a aproveitar esse ímpeto interno e nos reposicionar no cenário externo, de modo a criar condições adequadas de concorrência para nossas empresas, expandir o investimento e o emprego no Brasil, retomando taxas de crescimento mais pujantes.

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