De acordo com o
levantamento, as disparidades entre as 16 regiões metropolitanas
diminuíram e todas se encontram na faixa de alto desenvolvimento humano.
Os indicadores socioeconômicos das
regiões metropolitanas brasileiras melhoraram entre 2000 e 2010 e
mostram redução das disparidades entre metrópoles das regiões Norte e
Sul do País. Os dados constam do Atlas do Desenvolvimento Humano nas
Regiões Metropolitanas Brasileiras, divulgado nesta terça-feira (25),
fruto de parceria entre o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea) e a Fundação João Pinheiro.
De acordo com o Atlas, entre 2000 e
2010, as disparidades entre as 16 regiões metropolitanas analisadas
diminuíram e todas se encontram na faixa de alto desenvolvimento humano.
A análise leva em conta o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
(IDHM).
As regiões metropolitanas que
apresentaram os maiores valores para o IDHM em 2010 foram São Paulo
(0,794), Distrito Federal e Entorno (0,792), Curitiba (0,783), Belo
Horizonte (0,774) e Vitória (0,772), todas com índices mais altos que os
apresentados em 2000.
As regiões metropolitanas de mais baixo
IDHM, em 2010, eram Manaus (0,720), Belém (0,729), Fortaleza (0,732),
Natal (0,732) e Recife (0,734). Essas regiões, na mesma ordem, eram as
de menor IDHM, em 2000. Entretanto, todas melhoraram.
Em 2000, apenas São Paulo tinha índice
de desenvolvimento humano alto. Manaus tinha baixo e as outras regiões,
médio. Em 2010, todas passaram a ter IDHM alto.
Em 2010, a diferença registrada entre a
região metropolitana com o maior e o menor IDHM foi 0,074 pontos ou
10,3%. Enquanto São Paulo ficou com índice 0,794, Manaus estava com IDHM
0,720. Dez anos antes, essa diferença era 22,1%.
O IDHM é um número que varia entre 0 a
1: quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano de um
estado, município ou região metropolitana. O índice é calculado levando
em conta três fatores: expectativa de vida, renda per capita e acesso ao
conhecimento, que considera a escolaridade da população adulta e o
fluxo escolar da população jovem.
Os dados do Atlas são calculados com
base nos Censos Demográficos de 2000 e 2010 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística ( IBGE).
Entre 2000 e 2010, as regiões
metropolitanas que apresentavam um IDHM menor tiveram avanço maior e as
que tinham índices maiores cresceram menos. Isso fez com que as
diferenças entre as regiões metropolitanas diminuíssem, resultando em
maior equilíbrio entre as 16 regiões pesquisadas (Belém, Belo Horizonte,
Cuiabá, Curitiba, Distrito Federal e Entorno, Fortaleza, Goiânia,
Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís,
São Paulo e Vitória). Essas 16 regiões correspondem a quase 50% da
população brasileira.
No período analisado, as regiões
metropolitanas que tiveram o maior avanço no IDHM, em termos relativos,
foram Manaus, Fortaleza, São Luís, Belém e Natal. As que tiveram menor
avanço foram as de São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro,
Belo Horizonte e Vitória.
Para o representante do Pnud no Brasil,
Jorge Chediek, gestores públicos e população devem usar os dados do
Atlas não apenas para constatar as disparidades, mas também para
direcionar e reivindicar políticas pública inclusivas e eficientes para
as áreas mais carentes.
“Para além de evidenciar o fato de que o
país ainda tem um caminho a percorrer na redução das desigualdades em
suas cidades, a intenção do Atlas é justamente ajudar no estabelecimento
de políticas inclusivas que tenham como fim a melhoria das condições de
vida das pessoas”, disse.
Além das regiões metropolitanas, foram
pesquisadas 9.825 Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs), conceito
próximo ao de bairros. Nessas UDHs, “é possível notar níveis
significativos de desigualdades intrametropolitana”, aponta o Atlas.
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