Censura e autoritarismo
retiram autonomia pedagógica do professor e prejudicam o aprendizado
A diretoria do Colégio Andrews
demitiu no último dia 11, de forma sumária, um de seus professores, causando
perplexidade e indignação. Tal arbitrariedade deveu-se a uma questão de prova
aplicada pelo mesmo, na qual comparava o massacre dos palestinos promovido pelo
governo de Israel a barbárie desencadeada pelo nazismo, particularmente o
holocausto, que vitimou cerca de seis milhões de judeus na Segunda Guerra
Mundial.
A demissão de um
professor por emitir opinião e fatos em questões de avaliações é um absurdo,
pois parte de uma premissa falsa. Classificar a condenação ao massacre dos
palestinos pelo atual governo do Estado de Israel como
"antissemitismo" é um erro! Já são públicas as manifestações de
vários intelectuais judeus com críticas ao governo de Israel, especialmente no que
se refere aos ataques a civis palestinos.
Não há discriminação em
identificar criticamente a agressão presente daquele Estado ao povo palestino.
É o que realmente ocorre no Oriente Médio e deve ser dessa forma trabalhado em
sala de aula. Condenar e censurar textos ou charges que expressem tal
interpretação daquela realidade geopolítica, classificando-os como
"inadequados" é manipulação da prática pedagógica e um ataque a
liberdade de expressão e opinião dos professores.
É inadmissível que uma escola
reproduza a falta de liberdade dominante na grande mídia. Um professor,
sobretudo da área de ciências humanas, deve
discutir com os estudantes os temas da atualidade, principalmente sob a
ótica humanista, já que as mais de duas mil mortes de palestinos são totalmente
injustificadas. Isso não é uma crítica ao povo israelense, mas sim a uma
política de governo que reproduz métodos bárbaros adotados em outros momentos
da história.
A diretoria do Sinpro-Rio
repudia veementemente a demissão arbitrária perpetrada pela direção do colégio,
que sob a égide de “respeitar as diferenças” cedeu a uma pressão política
e ideológica.
Esse tipo de atitude patronal
é significativa e representa a ponta de um iceberg. A censura e a
arbitrariedade são contrárias a autonomia pedagógica tão necessária para romper
a cultura dominante, notadamente voltada aos mais ricos.
O Sindicato adotará todas as
ações para garantir os direitos do professor e a liberdade de pensamento, imprescindível na
construção da democracia e de uma nação soberana.
Sinpro-Rio
NOTA DO BLOGUEURO:
A nota do SINPRO RIO, reflete a nossa opnião.
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