Paulo Roberto é Pedagogo, Sindicalista e Petista.

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Dever cumprido é fruto da ousadia de um velho militante das lutas democráticas e sociais do nosso Brasil, que entende que sem uma interação rápida, ágil, eficiente e livre com o que rola pelo mundo, a democracia é pífia.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Demissão no Colégio Andrews tem motivação política e financeira



Censura e autoritarismo retiram autonomia pedagógica do professor e prejudicam o aprendizado

A diretoria do Colégio Andrews demitiu no último dia 11, de forma sumária, um de seus professores, causando perplexidade e indignação. Tal arbitrariedade deveu-se a uma questão de prova aplicada pelo mesmo, na qual comparava o massacre dos palestinos promovido pelo governo de Israel a barbárie desencadeada pelo nazismo, particularmente o holocausto, que vitimou cerca de seis milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial.

A demissão de um professor por emitir opinião e fatos em questões de avaliações é um absurdo, pois parte de uma premissa falsa. Classificar a condenação ao massacre dos palestinos pelo atual governo do Estado de Israel como "antissemitismo" é um erro! Já são públicas as manifestações de vários intelectuais judeus com críticas ao governo de Israel, especialmente no que se refere aos ataques a civis palestinos.

Não há discriminação em identificar criticamente a agressão presente daquele Estado ao povo palestino. É o que realmente ocorre no Oriente Médio e deve ser dessa forma trabalhado em sala de aula. Condenar e censurar textos ou charges que expressem tal interpretação daquela realidade geopolítica, classificando-os como "inadequados" é manipulação da prática pedagógica e um ataque a liberdade de expressão e opinião dos professores.

É inadmissível que uma escola reproduza a falta de liberdade dominante na grande mídia. Um professor, sobretudo da área de ciências humanas, deve  discutir com os estudantes os temas da atualidade, principalmente sob a ótica humanista, já que as mais de duas mil mortes de palestinos são totalmente injustificadas. Isso não é uma crítica ao povo israelense, mas sim a uma política de governo que reproduz métodos bárbaros adotados em outros momentos da história.

A diretoria do Sinpro-Rio repudia veementemente a demissão arbitrária perpetrada pela direção do colégio, que sob a égide de “respeitar as diferenças”  cedeu a uma pressão política e ideológica.
Esse tipo de atitude patronal é significativa e representa a ponta de um iceberg. A censura e a arbitrariedade são contrárias a autonomia pedagógica tão necessária para romper a cultura dominante, notadamente voltada aos mais ricos.
O Sindicato adotará todas as ações para garantir os direitos do professor e a  liberdade de pensamento, imprescindível na construção da democracia e de uma nação soberana.

Sinpro-Rio

NOTA DO BLOGUEURO:

A nota do SINPRO RIO, reflete a nossa opnião.

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