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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Professor processado por tomar celular de aluno ganha causa na justiça


Professor Odilon Oliveira
O professor de ciências Odilon Oliveira Neto, 43 anos, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Amintas Leopoldino Ramos, localizada na Vila de Samambaia, em Tobias Barreto (SE), comemorou a decisão do Juiz Elieser Siqueira de Souza Junior, da 1ª Vara Cível e Criminal do município, que julgou improcedente a acusação de um aluno contra o docente.

Odilon foi processado pelo estudante Thiago Anderson Souza, representado por sua mãe Silenilma Eunide Reis, por dano moral após tomar o celular do aluno em sala de aula. Segundo a defesa do estudante, ele teria utilizado o celular para olhar as horas e, ao ter o celular tomado, passou por "sentimento de impotência, revolta, além de um enorme desgaste físico e emocional".

O juiz não acreditou na versão apresentada pelo aluno e julgou improcedente a acusação. "Vemos que os elementos colhidos apontam para o fato de que o Autor não foi 'ver a hora'. O mesmo admitiu que o celular se encontrava com os fones de ouvido plugados e que, no momento em que o professor tomou o referido aparelho, desconectou os fones e... começou a tocar música". 

De acordo com testemunhas, o estudante já foi flagrado em outras ocasiões utilizando fone de ouvido em sala de aula. "As testemunhas arroladas pelo Requerido, Professora e Coordenadora do estabelecimento de ensino onde os fatos ocorreram, foram categóricas em afirmar que o mesmo Autor, embora não seja um aluno que “dê trabalho” e não faça as atividades educativas propostas pelos docentes, já foi flagrado em outras vezes com fones de ouvido em plena ministração de aula".

O juiz finalizou criticando a educação do país. "Vivemos dias de verdadeira “Crise de Autoridade” na educação brasileira. Crise esta causada pelo sucateamento retromencionado dos estamentos educacionais, onde a figura do Professor é relegada a um papel pouco expressivo na sociedade. Hoje, o professor é tido como uma pessoa que estudou muito e não chegou a lugar nenhum, quando não se diz coisa pior. E ao exercer este “carma”, não tem o respeito dos discentes, que passam a questioná-lo sem nenhum embasamento lógico ou pedagógico, em puro exercício da “arte pela arte, crítica pela crítica”, causando profundas sequelas naqueles que deveriam ser os mais interessados em aprender”, sentenciou.

"Feliz além da conta, agradecer ao criador todos os dias é sempre pouco, sei que ele sempre está ao lado de quem não deseja mal ao próximo e se contenta com o que ele dá e merece, justiça foi feita", comemorou Odilon. 

Da redação, Bruno Matos Franco

Texto original: JORNAL DE SERGIPE

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