Escrito por Instituto Telecom, terça-feira, 27 de novembro de 2012 |
Ter, 27 de Novembro de 2012 08:33 |
A pergunta, feita por José Gonçalves
Neto, superintendente de Universalização da Anatel durante a mais
recente reunião do Conselho Consultivo da agência, é a mesma da
sociedade civil ao cobrar do governo a discussão sobre os rumos das
(tele)comunicações do país a partir do novo Marco Regulatório das
Comunicações.
Enquanto a União Internacional de
Telecomunicações (UIT) se prepara para atualizar os tratados que
estabelecem os parâmetros do mundo conectado de hoje – os chamados
Regulamentos Internacionais de Telecomunicações (ITRs)- na histórica
conferência que acontece a partir de 3 de dezembro, em Dubai. No Brasil,
a poucos dias do maior evento mundial para debater o setor, nem o
governo, nem os ministérios responsáveis (que já confirmaram presença)
disseram saber qual é o posicionamento do país com relação à
neutralidade de rede, por exemplo.
Tampouco estão exercendo o seu papel de
protagonistas nos principais debates sobre políticas públicas como a
universalização da banda larga, o novo Marco, as exorbitantes tarifas e a
baixa qualidade da telefonia brasileira. Pelo contrário, nos encontros e
seminários organizados em sua grande maioria pelos movimentos sociais o
Minicom tem sido um mero coadjuvante, seja pela frequente apresentação
de dados das próprias operadoras seja por organizar debates sobre
programas como o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e o PGMC (Plano
Geral de Metas de Competição) apenas com o mercado.
Na semana passada, mais uma vez, coube à
Anatel ocupar o lugar que deveria ser exercido pelo Executivo
discutindo temas cruciais - o Marco Regulatório das Comunicações e a
situação atual da infraestrutura brasileira de telecom. A discussão
ocorreu na reunião do Conselho Consultivo que, ao final do encontro,
destacou a importância de a Anatel se debruçar sobre a necessidade de
expandir a oferta de serviços para fora das áreas mais rentáveis (sem
deixar de levar em conta o papel da iniciativa privada nesse processo);
do compartilhamento de infraestrutura e da participação da sociedade nas
decisões do órgão.
O Conselho considerou ainda que os
leilões de radiofrequência devem incluir os pequenos provedores locais,
destacando a relevância de medidas para a melhoria da qualidade do
acesso à banda larga e - ponto defendido prioritariamente pelo Instituto
Telecom, enquanto representante da sociedade civil - de que todas as
questões levantadas no diagnóstico do setor sejam debatidas dentro do
Marco Regulatório.
Esse debate se insere nas principais
mudanças propostas ao ITR e que serão discutidas na conferencia de
Dubai: direito humano de acesso às comunicações, segurança no uso de
TICs, cobrança, qualidade do serviço e convergência.
Todos esses itens fundamentais já estão
pautando as políticas, debates e preocupações da maioria dos governos
mesmo antes do encontro em Dubai. O Instituto Telecom espera que o
Brasil fique atento a todas as referências que serão trazidas e que faça
disso um ponto de partida efetivo para abrir o debate sobre o marco
regulatório.
O Instituto Telecom parabeniza o
Conselho Consultivo da Anatel pelo debate e defende que o Conselho
Diretor da agência também faça a sua reflexão e se posicione. Não só a
Anatel, mas toda a sociedade civil quer exercer o seu direito de
participar da decisão sobre o que o país quer para as (tele)comunicações
nos próximos dez anos.
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Paulo Roberto é Pedagogo, Sindicalista e Petista.
- Dever Cumprido
- Dever cumprido é fruto da ousadia de um velho militante das lutas democráticas e sociais do nosso Brasil, que entende que sem uma interação rápida, ágil, eficiente e livre com o que rola pelo mundo, a democracia é pífia.
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
'O que o país quer para os próximos dez anos?'
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